O que acharam do meu blogs?

Aos meus amigos

Sabendo que a nossa vida é por um tempo, é passageira; quero aqui declarar que umas das melhores e grandes coisas que pude receber e manter sempre viva, sempre acesa é e sempre será a amizade dos meus amigos. Este blogs tem como objetivo levar a todos amigos e amigas que a ele visitarem, sempre, uma palavra, uma ideia e um motivo de encontrarem respostas para suas inspirações, meditações e crescimento na fé.

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domingo, 27 de junho de 2021

BASTARIA.

BASTARIA

Bastaria
um tempo sem vencimento
aberto como asas
sem sorrisos úteis ou
papéis a endossar. Um vão
entre duas felicitações
contemporizações – por exemplo
(pensar em) margear
Buenos Aires: poetas.
Bornéu: primatas
adentrar a ideia dessas coisas.
Bastaria um templo
o céu cobalto que me ignora
raízes varando paredes
menos do que residuais.
Bastaria subtrair eventos
motivos: como desde sempre soubemos,
bastaríamos nós.

Adriana Lisboa, Amar, Verbo Atempora

sábado, 26 de junho de 2021

Bom dia.

 Queria que voce soubsse como me entristece ve-la triste assim. Não me bloqueie no seu messenger.

quarta-feira, 23 de junho de 2021

PLATAFORMA.

 


PLATAFORMA

Algum amigo, talvez o único,
aconselhará o combate:
mude de amigo se não pode
mais, nunca mais, mudar de vida.

Da amada nem se fala, tudo
que ela deseja é para si:
mude de amada se não pode
mais, nunca mais, mudar de vida.

A poesia não é mais feita
de água, de colírio indulgente:
mude de verso se não pode
mais, nunca mais, mudar de vida.

Diante do nascente alugam-se
espaços claros e andorinhas:
mude de casa se não pode
mais, nunca mais, mudar de vida.

Uma terça parte dos anjos
já veste túnicas vermelhas:
mude de roupa se não pode
mais, nunca mais, mudar de vida.

Alberto da Cunha Melo, Poesia completa

terça-feira, 22 de junho de 2021

O SONHO.

 PABLO NERUDA – O SONHO

Caminhando nas areias
decidi deixar-te.

Pisava um barro obscuro
que estremecia,
e afundando-me e voltando a sair,
decidi que saísses
de mim, que me eras pesada
como pedra cortante,
e planeei a tua perda
passo a passo:
cortar-te as raízes,
soltar-te sozinha ao vento.

Ai nesse minuto
coração meu, um sonho
com as suas asas terríveis
cobria-te.
Sentias-te engolida pelo barro,
e chamavas-me e eu não te acudia,
ias, imóvel,
sem defesa
até te afogares na língua de areia.

Depois
a minha decisão cruzou-se com o teu sonho,
e dessa ruptura
que nos partia a alma
surgimos de novo limpos, nus,
amando-nos
sem sonho, sem areia,
completos e radiantes,
selados pelo fogo.

Pablo Neruda, Poemas de amor

segunda-feira, 21 de junho de 2021

NÃO ME LEVE.

 BRAZ CAMPOS DURSO – NÃO ME LEVE

Não caminhe por caminhos
Que o destino não nos levará
Não permita-me te encontrar
Onde não mais possa te tocar

Você ainda nem descobriu
Toda a força do amor
Nem sabe ao menos
Reconhecer qual o valor

Momentos fecundos
Calados em seu coração
Aprisionados dentro
De uma única canção

Por isso não me leve
Aonde não possa desejar
Desafios nascidos
Nas incertezas do pensar

 

Braz Campos Durso, Janelas aberta

domingo, 20 de junho de 2021

A CANÇÃO QUE NÃO FOI ESCRITA.

 MARIO QUINTANA – A CANÇÃO QUE NÃO FOI ESCRITA

A canção que não foi escrita
Alguém sorriu como Nossa Senhora à alma triste do Poeta.
Ele voltou para casa
E quis louvar o bem que lhe fizeram.

Adormeceu…

E toda a noite brilhou no sono dele uma pobre estrelinha perdida,
Trêmula
Como uma luz contra o vento…

Mario Quintana, Canções

sábado, 19 de junho de 2021

não sei se iisso é amor

 

   
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CAMILO PESSANHA

CAMILO PESSANHA 

CAMILO PESSANHA – NÃO SEI SE ISTO É AMOR

Não sei se isto é amor. Procuro o teu olhar,
Se alguma dor me fere, em busca de um abrigo;
E apesar disso, crê! nunca pensei num lar
Onde fosses feliz, e eu feliz contigo.
Por ti nunca chorei nenhum ideal desfeito.
E nunca te escrevi nenhuns versos românticos.
Nem depois de acordar te procurei no leito
Como a esposa sensual do Cântico dos cânticos.
Se é amar-te não sei. Não sei se te idealizo
A tua cor sadia, o teu sorriso terno…
Mas sinto-me sorrir de ver esse sorriso
Que me penetra bem, como este sol de Inverno.
Passo contigo a tarde e sempre sem receio
Da luz crepuscular, que enerva, que provoca.
Eu não demoro a olhar na curva do teu seio
Nem me lembrei jamais de te beijar na boca.
Eu não sei se é amor. Será talvez começo…
Eu não sei que mudança a minha alma pressente…
Amor não sei se o é, mas sei que te estremeço,
Que adoecia talvez de te saber doente.

 

Camilo Pessanha, Clepsidr